Matrícula 2016

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sábado, 7 de maio de 2011

Trabalho 2º bimestre - 2º Ensino Médio

Trabalho Bimestral                2° Médio
    1° trabalho                                                            

1. (Unb 2000)  Produto do século XX, a propaganda pode ser analisada como uma linguagem específica que objetiva a realização de sonhos humanos. Exemplo de prática argumentativa racional, a linguagem publicitária, tendo como ponto de partida técnicas de convencimento, utiliza-se de situações conhecidas para dar ao consumidor a ilusão do poder. Assim, utiliza-se do desejo das pessoas como alvo da mensagem. Isso está exemplificado nos textos e nas ilustrações a seguir.

                        "O que você deve fazer"

(Se você for bom leitor de jornais e revistas, fiel ouvinte de rádio, obediente telespectador ou simples passageiro de bonde.)
Livre-se do complexo de magreza usando Koxkoax hoje mesmo.
Economize servindo a garrafa-monstro de Lero-Lero.
Tenha sempre à mão um comprimido de leite de magnólia.
Resolva de uma vez o problema de seu assoalho, aplicando-lhe Sintaxe.
Valorize sua capacidade estudando desenho arquitetônico, mecânico, publicitário.
Aprenda em poucos dias pelo moderno sistema verbivocovisual.
           
[Carlos Drummond de Andrade "A bolsa & a vida" In: OBRA COMPLETA. Rio de Janeiro: Aguilar (versos escolhidos).]

A abertura da sociedade em direção a uma maior permissividade e a descoberta do corpo como fonte de prazer foram imediatamente aproveitadas pelas mensagens publicitárias, que passaram a vender seus produtos com apelos diretos e indiretos à sensualidade.
                        (100 anos de propaganda no Brasil.)

O Ministério da Saúde adverte: fumar provoca diversos males à saúde.

Aprenda inglês conversando ... com seu micro.
           
Propaganda da Editora Ática, 1/98.


(100 anos de propaganda no Brasil.)

A partir das ideias apresentadas nos textos e ilustrações motivadores acima, redija um texto dissertativo, posicionando-se a respeito do seguinte tema:

PROPAGANDA: CRIATIVIDADE COM RESPONSABILIDADE.






                     2° trabalho

Em discursos recentes, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou os ministros do seu governo de "heróis" por receberem salários menores do que teriam na iniciativa privada e também disse que os usineiros "estão virando heróis nacionais e mundiais". Como era de se esperar, ambas as afirmações causaram polêmica devido às conotações da palavra "herói". Sobre esse assunto, seguem as três propostas de construção textual (dissertação, narração e carta argumentativa). Para ajudá-lo a construir sua redação, cada proposta será acompanhada de um ou mais textos por meio dos quais será avaliada sua capacidade de leitura e de tratamento das informações e ideias apresentadas.


 (Ueg 2007)  TEXTO 1

            O que não falta na História do Brasil são heróis: Cabral, Anchieta, Calabar, Tiradentes, D. Pedro I, Princesa Isabel, Caxias, Santos-Dumont, Getúlio, Pelé, entre outros. Para cada um deles uma marca: os passos de nosso atraso. Um certo exemplo que poderia ser mais detalhado é o do mito do herói bandeirante. Como sabemos, as entradas e bandeiras do século XVI tinham como objetivo penetrar no território brasileiro a partir de São Paulo, para a obtenção de metais preciosos e escravos. A ação dos bandeirantes era puramente predatória, para não dizer criminosa. Porém, no século XIX, quando se consolida em São Paulo uma aristocracia, fundamentada na exportação do café, se cria também um mito. Na verdade, ideologia: a de que essa classe tinha como antepassados figuras heroicas e desbravadoras. O que era restrito a um grupo passou a permear o todo da sociedade.
            FEIJÓ, Martim Cezar. "O que é herói?" São Paulo: Brasiliense, 1984. p. 45-47. [Adaptado].

TEXTO 2

            Imagino que a professora Maria Aparecida de Moraes Silva da USP e da UNESP, depois de 30 anos estudando as condições de trabalho dos cortadores de cana especialmente na região de Ribeirão Preto, conhece como herói aquele homem ou mulher que sai do Nordeste e do norte de Minas para ganhar a vida cortando cana no Estado mais rico do país e corre o sério risco de ganhar o oposto: a morte. Passa boa parte do ano sem trabalho e literalmente se mata durante a safra em troca de uns R$ 2,40 por tonelada de cana cortada. E ainda custeia transporte, pensão, comida. Entre 2004 e 2005, 13 morreram "de câimbra", o mais velho aos 55 anos. Agora pergunto: quem é o "herói"? O usineiro que praticamente escraviza seus trabalhadores ou o trabalhador que é semi-escravizado? Pode-se ainda procurar heróis entre os desempregados, entre os sobreviventes de balas perdidas, entre os que enfrentam filas de hospitais, entre as mulheres que não fazem mamografia porque o aparelho da rede pública está quebrado. E por que não entre os passageiros que, desde o ano passado, vão para os aeroportos sem saber como, quando e em que condições vão viajar?
            CANTANHÊDE, Eliane. Heróis. "Folha de S. Paulo". São Paulo, 22 mar. 2007. p. A2. [Adaptado].

TEXTO 3

            Na lógica do tráfico de drogas, guerreiro é o moleque capaz de empunhar uma metralhadora e defender a boca de fumo contra a polícia com coragem. Ou de atacar a favela rival sem medo das balas do inimigo. O judoca Flávio Canto escolheu a favela carioca que mais lucra com a venda de cocaína, a Rocinha, para começar a instruir um tipo diferente de guerreiro. O filho pródigo da zona sul do Rio de Janeiro buscou inspiração na lendária ordem dos samurais - palavra que significa "aquele que serve" - e subiu o morro para transformar a realidade de meninos e meninas pobres. São 700 jovens tendo aulas gratuitas de judô e recebendo reforço escolar e acompanhamento psicológico. Com cachos loiros, pele bronzeada e corpo definido, Canto pode até lembrar um super-herói de filme de ação, mas o samurai da favela sabe que não tem poderes mágicos. Apenas se dedica a formar um exército de jovens guerreiros do bem.
            PEREIRA, Rafael. O samurai da favela. "Época". São Paulo, 2 out. 2006. p. A2. [Adaptado].

TEXTO 4

            Folheando revistas importantes do cenário nacional, fiquei espantada com o espaço e a relevância que todas concederam a um jovem vencedor da última versão do programa Big Brother Brasil, da Rede Globo de televisão. Ele era tratado com as glórias e as pompas que se conferem a um herói. Mas o que esse jovem, de fato, fez, além de exibir o corpo, esculpir os cabelos como esculpiu os seus músculos, namorar, livrar-se de alguma intriga? O que ele lega ao mundo? Mesmo que nada de útil ele tivesse feito, qual a grandeza peculiar de seus gestos? O tratamento de herói sempre se outorgou a alguém cujos feitos fossem inigualáveis. No entanto, nada o diferenciou de ninguém. Todos os seus atos e as suas palavras poderiam ter sido os atos e as palavras de qualquer jovem em condições similares, mesmo vivendo aqui do lado de fora.
            CRITELLI, Dulce. Heróis? "Folha de S. Paulo". São Paulo, 19 abr. 2007. [Adaptado].

TEXTO 5

            O capitalismo não tem mais heróis. Então inventa. Bill Gates talvez seja a maior invenção dos últimos tempos. É o maior doador mundial e a maior fortuna mundial. Alguma coincidência nisso? Por que a instituição caritativa mais rica do mundo é ao mesmo tempo acionista de empresas que estão na origem das contaminações sanitárias e ecológicas que ela diz combater? Só para exemplificar: a fundação Gates doou 218 milhões de dólares para uma campanha de vacinação contra a poliomielite e a rubéola no mundo inteiro, incluído o delta do rio Níger, mas, ao mesmo tempo, investiu 423 milhões de dólares em empresas responsáveis pela maior parte das emissões de gás que contaminam os céus da região do rio Níger, em níveis ainda mais altos do que os tolerados nos EUA e na Europa. Enfim, a fundação dá com uma mão e retira com todas as outras inúmeras mãos que possui mundo afora.
            SADER, Emir. Um herói do capitalismo. "Caros Amigos". São Paulo, mar. 2007. p. 45. [Adaptado].

A partir da leitura dos textos da coletânea e da análise das ideias neles contidas, escreva um texto DISSERTATIVO em que você exponha a sua visão sobre a figura do "herói".


         3° trabalho

No último mês de maio, foi publicada pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos a cartilha "Politicamente correto & direitos humanos". O manual, que tem como público-alvo os formadores de opinião, aponta 96 expressões condenadas por seu cunho pejorativo, algumas delas amplamente divulgadas na mídia. Sobre esse assunto, será apresentado, a seguir, um tema que você deverá desenvolver em uma das três propostas de construção textual (dissertação, narração ou carta argumentativa) dadas nesta prova. Para ajudá-lo nessa tarefa, cada proposta virá acompanhada de um ou mais textos por meio dos quais será avaliada sua capacidade de leitura e de tratamento das informações e ideias apresentadas.

TEMA
Cartilha do politicamente correto: novo código de censura e/ou combate ao preconceito linguístico?


Leia atentamente os textos a seguir:

                                    TEXTO 1

A ideia de editar a cartilha foi do subsecretário de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Perly Cipriano. Ele se inspirou em demandas trazidas por muitos movimentos sociais que se relacionam com a secretaria - grupos de negros, homossexuais, mulheres, idosos, judeus. Quando a ideia começou a ganhar corpo, ele procurou o Conselho de Combate à Discriminação, seu vizinho na secretaria, e recolheu novas sugestões para o trabalho. "As lésbicas, por exemplo, querem ser chamadas de lésbicas, e não de sapatão. O servidor público quer ser chamado de servidor público, e não de funcionário público", insiste ele. Cipriano lembra que um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), certa vez, chamou os idosos de "matusaléns", o que fez desabar protestos na secretaria. "Foi então que eu me convenci de que, se fizéssemos alguma coisa, levaríamos as pessoas a refletir a respeito do preconceito", explica.
            DOMINGOS, J. Até cúpula do governo ridiculariza cartilha do politicamente correto. "O Estado de S. Paulo". São Paulo, 5 maio 2005. [Adaptado].
                                    TEXTO 2

Como em sua primeira distribuição, em 2004, o manual "Politicamente Correto & Direitos Humanos", com uma tiragem de 5 mil exemplares, teve curta divulgação: foi retirado de circulação para ser avaliado pelo Comitê Nacional de Educação e Direitos Humanos. Em minha opinião, essa cartilha parece ser um recurso de maquiagem social, que alivia tensões imediatas sem investir nos problemas reais. E não podemos esquecer que nomes são relações que carregam diferentes sentidos em contextos também diversos. Não estou sugerindo que não exista preconceito entre nós; justamente o contrário, e muito menos que esses temas não devam ser debatidos. Penso apenas que medidas profiláticas como essas trazem um lustro civilizacional, sem enfrentar a questão em si: a exclusão numa sociedade cada vez mais desigual.
            SCHWARCZ, L. M. Quem tem medo do politicamente incorreto? "Folha de S. Paulo", São Paulo, 15 maio 2005, p. A10. [Adaptado].
                                    TEXTO 3

Muito mais barato que imprimir cartilhas politicamente corretas, talvez seja tentar reverter a reputação de palavras que adquiriram um sentido pejorativo injustamente. Ou eu muito me engano, ou na Bahia "negão" é praticamente um título honorífico. De todo modo, não adianta só fazer um índex de termos censurados. É preciso apontar quais palavras podem ser usadas no lugar. Ninguém pediu, mas aqui vão algumas sugestões que de repente podem ser aproveitadas na segunda edição da cartilha: no lugar da expressão "ih, me deu um branco", usar "ih, me deu uma falta de melanina no cérebro"; no lugar de "Alcoólicos Anônimos", essa associação passa a se chamar "Drinquívoros Anônimos" e, finalmente, para designar qualquer pessoa que não deva ser levada a sério, ainda que não esteja usando calças bufantes, maquiagem carregada ou uma bola vermelha na ponta do nariz, passaremos a usar a palavra "eleitor". Exemplo de uso: "Tá me achando com cara de eleitor"?
            FREIRE, R. Chama o Aurélio. "Época", São Paulo, 9 maio 2005, p. 138. Xongas. [Adaptado].
                                    TEXTO 4

Essa cartilha [...] pode abrir caminho para restrições à liberdade de expressão, se não em termos de lei, mas por induzir pais de família e professores a discriminar textos literários ou jornalísticos e, consequentemente, seus autores. No que me toca, já estou de orelha em pé, pois acabo de lançar um livro para crianças (!!) cujo título é "Doutor Urubu e Outras Fábulas". Para azar meu, o poema que dá título ao livro começa assim: "Doutor Urubu: a coisa está preta". Temo ser levado ao Tribunal da Inquisição por incorrer em duplo delito, pois, além de usar a expressão condenada, ainda dou a entender que a frase alude à cor negra da ave, e logo que ave! [...] Minha sorte é que vivemos numa democracia, e nosso povo, por índole, é pouco afeito ao fanatismo desvairado em que pesem as exceções. Exagero? Pode ser, mas, se exagero, é de propósito, para pôr à mostra o que há de perigoso e burro nesses defensores do politicamente correto, porque, se não há o perigo da fogueira, há o perigo do império da burrice ir tomando conta do país. E tudo devidamente enfeitado de boas intenções.
            GULLAR, F. A coisa está branca. "Folha de S. Paulo". São Paulo, 15 maio 2005, p. E 10. [Adaptado].
                                    TEXTO 5

A questão gera controvérsias entre os setores discriminados na sociedade brasileira. Luiz Mott, do Grupo Gay da Bahia, aplaude "a iniciativa de esclarecer a mídia e a população em geral, substituindo termos preconceituosos por termos politicamente corretos". "Não considero censura, nem patrulhismo. É um serviço a favor dos direitos humanos!", acrescenta. Mott diz que, "embora a mentalidade não se mude por decreto", a cartilha "contribuiu para diminuir o preconceito, dependendo do empenho das próprias minorias em reclamar e denunciar os termos considerados pejorativos". Ele demonstra satisfação com os termos sugeridos pela cartilha, "que acertou ao indicar os termos gay, lésbica e homossexual, que são de fato usados pelos próprios membros dessa minoria".
            XAVIER, M. "Preconceito Diário Vermelho". Disponível em: <www.vermelho.org.br/diário/2005/0504_cartilha.asp> 04 maio 2005. [Adaptado].

Como você pode notar, os textos da coletânea apresentam argumentos favoráveis e desfavoráveis à publicação da cartilha do politicamente correto. Certamente, como se trata de uma questão controversa, você também tem uma opinião a dar sobre o assunto. Assim, com base na leitura da coletânea, redija um texto DISSERTATIVO defendendo suas ideias sobre o tema proposto.


4° trabalho

TEMA
Há padrões para ser feliz?

COLETÂNEA

Felicidade não tem preço

Eu sonhei com um pote de ouro/ Meu lindo tesouro/ Pobreza nunca mais/ Sonho de menino, virei um grã-fino!
De quina pra Lua estou em cartaz/ O jogo da vida aprendi a ganhar/ Adeus pindaíba, chega de chorar!
Oh! Felicidade me diz o teu preço/ Eu sei que mereço e posso pagar
Bem-me-quer meu bem querer!/ Vou comprar seu coração/ Tô pagando por um beijo/ Saciando meu desejo no baú da ilusão
Sou o dono do mundo/ Meu tempo é dinheiro, eu quero investir/ Nessa ciranda onde a grana fala alto
Lá no céu tô perdoado, já paguei sem refletir/ Mas a realidade da desigualdade/ Me faz despertar
Não quero essa falsa alegria/ Chega de hipocrisia, pois a vida é muito mais
A felicidade não tem preço/ Hoje reconheço que a riqueza se desfaz!
Eu quero é viver, a vida gozar!/ Saber ser feliz e aproveitar
Rocinha encanta e mostra a verdade/ Dinheiro não compra a felicidade
ACADÊMICOS DA ROCINHA. Samba enredo 1990. Disponível em: <www.musicas.mus.br/letras> Acesso em: 6 nov. 2006.


[...] Para Aristóteles, a causa final do homem, seu objetivo supremo é a felicidade. Ela não é um forte prazer que se esvai logo em seguida; ao contrário, deve ser algo perene e tranquilo, sem excessos, pois o excesso faz com que uma boa ação torne-se seu oposto. Uma pessoa amável em demasia, por exemplo, não passa de um incômodo bajulador. Atingir a felicidade depende então de uma conduta moral moderada, sem excesso, baseada no que Aristóteles denomina "meio-termo". Tal conduta deve ser forjada pelo hábito, de modo análogo ao atleta que se forma por repetidos exercícios. Habituar-se a uma boa conduta é ter bons costumes, e isso vale muito mais do que praticar uma série de ações isoladas. Tal hábito é adquirido, sobretudo, pelo exercício do intelecto, que no campo moral, aspira ao que é razoável. A felicidade, em suma, obtém-se por meio da vida contemplativa, uma vida intelectual sossegada, longe das perturbações do cotidiano. [...] Em o "Sistema da Natureza", Paul Heinrich Thiry, barão de Holbach, defende teses materialistas: as matérias distinguem-se umas das outras por propriedades qualitativamente diferentes, e compõem todos os seres, cuja série ordenada é a natureza. Em tal série não há nenhuma causa final - mera superstição inventada por sacerdotes -, e se os homens buscam certos valores como fim é porque desejam o prazer e rejeitam a dor. Para Holbach, a religião, que impede a realização do prazer, é antinatural; o que importa é, contra isso, reorganizar e reformar a sociedade de tal maneira que cada um possa sentir prazer em desejar o bem estar dos outros.
“HISTÓRIA DA FILOSOFIA”. São Paulo: Nova Cultural, 2004. p. 63 e 268. (Coleção Os Pensadores). [Adaptado].


A felicidade começa no cérebro. Faça algo bem feito, receba um agrado ou um carinho ou ache graça em uma piada, e seu sistema de recompensa se encarrega de fazer com que as regiões do cérebro que cuidam de movimentos automáticos - aqueles que fazemos sem precisar pensar - estampem um belo sorriso em seu rosto. A neurociência explica: um trabalho recente mostrou que o sorriso genuíno já basta para ativar o córtex da insula, região do cérebro que nos dá sensações subjetivas como a do bem-estar. Ver alguém sorrir também funciona. Um sorriso no rosto de quem fala com você aciona as mesmas áreas do cérebro responsáveis pelo seu próprio sorriso. [...] É como se ver alguém sorrindo bastasse para você se sentir sorrindo por dentro também. Uma vez que seu cérebro repete por dentro o sorriso que ele vê por fora, o bem-estar do outro é contagiante. Felicidade gera felicidade: ela passa de um cérebro para o próximo por meio do sorriso.
            HERCULANO - HOUZEL, Suzana. A beleza do sorriso. "Folha de S. Paulo", São Paulo,17 ago. 2006, p. 5. Equilíbrio [Adaptado].


Em respostas obtidas na pesquisa do Datafolha, 76% dizem-se felizes e 22% se dizem mais ou menos felizes, e comparando os números aos obtidos quando tinham de falar da felicidade dos outros, ficamos surpresos com a diferença. Só 28% dos entrevistados veem felicidade na vida desses outros, e 55% os acham mais ou menos felizes. Pode parecer paradoxal, mas não é absurdo. Quando falo da minha felicidade, falo de esperança e futuro. Quando falo dos outros, idealizo menos.
            MAUTNER, Ana Verônica. Felicidade vai-se embora. "Folha de S. Paulo", São Paulo, 10 set. 2006, p. C1.


Com este objetivo de medir o grau de felicidade de uma população, a New Economics Foundation (NEF), em parceria com a organização ambiental Friends of the Earth, decidiu criar um "ranking" diferente: o índice Planeta Feliz (IPF). No total, 178 países se classificaram a partir de um critério curioso: a comparação entre a expectativa de vida, o sentimento de alegria na população e quantidade de recursos naturais consumidos no País. [...] O primeiro lugar, ficou com o desconhecido Vanuatu, um arquipelago no Oceano Pacífico, formado por 83 ilhas e com uma população total de 211 mil habitantes, que vivem da pesca, agricultura e de um turismo ainda pouco explorado. Para estar no topo do IPF, os vanuatenses preservam suas praias e florestas e se declaram satisfeitos com a própria vida. Inversamente, os países mais ricos do mundo, como Estados Unidos (1500) e França (1290) ocupam as últimas posições devido ao consumismo desenfreado de sua população, que destrói o ambiente e não é capaz de deixar seus cidadãos felizes. O Brasil ocupa a 630 colocação, coincidentemente a mesma posição em que está no ranking de Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas (ONU).
            "Felicidade: é realmente possível atingi-la. Filosofia, ciência e vida". São Paulo: Escala, ano 1, n. 2, 2006. p. 36.[Adaptado].


Os manuais de auto-ajuda são exemplos de tirania. De pequenas tiranias consumidas por escravos dóceis e fiéis que acreditam em dois equívocos. O primeiro é conhecido: não existe manual de auto-ajuda que não apresente o infortúnio como um elemento estranho à condição humana. A tristeza é uma anormalidade, dizem. O fracasso não existe e, quando existe, deve ser imediatamente apagado, ordenam. Na sapiência dos manuais, a infelicidade não é um fato; é uma vergonha e uma proibição. O que implica o seu inverso: se a infelicidade é uma proibição, a felicidade é obrigatória por natureza. Obrigatória e radicalmente individual. Ela não depende da sorte, da contingência e da ação de terceiros: daqueles que fazem, e tantas vezes desfazem, o que somos e não somos. Depende, exclusiva, e infantilmente, de nós.
            COUTINHO, João Pereira. O direito à infelicidade. "Folha de S. Paulo", São Paulo, 30 ago. 2006, p. E2.


Daniel Gilbert, professor de psicologia da Universidade de Harvard, levanta uma bela questão: estamos apostando todas as nossas fichas em lugares errados na tentativa de sermos felizes. Fazemos planos de comprar uma casa, ter filhos, ganhar mais dinheiro, ser mais reconhecidos profissionalmente, uma série de outros projetos que, para ele, não serão necessariamente sinônimo de felicidade no futuro. Gilbert propõe o seguinte exercício: "Pense que você só tem mais 10 minutos de vida. O que faria com esse tempo?" [...] Imagine quais seriam suas respostas - segundo Gilbert, elas vão retratar exatamente tudo o que você dá valor hoje em dia. É de arrepiar.
            SGARIONI, Marina. "A tal felicidade. Emoção e inteligência". São Paulo: Abril. n. 9, 2006. p. 61. [Adaptado].


Gilbert descarta rapidamente a ideia de que os antigos têm o monopólio sobre a sabedoria com relação à felicidade, em parte porque as vidas deles eram fundamentalmente diferentes das nossas. Como diz, nós raramente pensamos sobre o fato de que quase todos nós temos três grandes decisões a tomar: onde viver, o que fazer, e com quem casar. Mas estamos entre os primeiros seres humanos a exercer esse direito de escolha. Ao longo da maior parte da história documentada, as pessoas viviam na região em que nasciam, faziam o que seus pais faziam, e se casavam de acordo com suas religiões, castas ou por influência da geografia. [...] As revoluções agrícola, industrial e tecnológica deflagraram uma explosão de liberdade pessoal que nossos ancestrais nunca exerceram e, como diz Gilbert, "pela primeira vez a felicidade está em nossas mãos". [...] De modo semelhante, continuamos a nos esforçar para adquirir carros maiores ou amantes melhores, mesmo quando a experiência nos ensina que nos adaptaremos rapidamente aos novos encantos e que eles não nos tornarão mais felizes. "Os psicólogos definem esse processo como 'habituação', os economistas empregam o termo 'utilidade marginal declinante' e o resto de nós usa a palavra 'casamento'", diz Gilbert. [...] Os pesquisadores acreditam que entre 50% e 80% da variação entre os diferentes médios níveis de felicidade que as pessoas ostentam pode ser explicada pelos seus genes, e não pelas experiências de vida pelas quais elas passam.
            CLARK, Pilita. A felicidade não se compra. "Folha de S. Paulo", São Paulo, 27 ago. 2006, p. 4-5. Mais! [Adaptado].


ARTIGO DE OPINIÃO

            O artigo de opinião é um texto escrito para ser publicado em jornais e revistas, e traz reflexões a respeito de um tema atual de interesse do grande público. Nesse gênero, o autor desenvolve um ponto de vista a respeito do tema com argumentos sustentados por informações e opiniões que se complementam ou se opõem. No texto, predominam sequências expositivo-argumentativas.
            Escreva um artigo de opinião para um jornal local, discutindo a necessidade e a imposição de um padrão de felicidade. Defenda seu ponto de vista, apresentando argumentos que o sustentem e que possam refutar outros pontos de vista.


         5° trabalho

TEXTO 1

Nossa cultura valoriza a consciência crítica dos indivíduos. As decisões coletivas nos parecem fadadas ao erro por serem paixões da massa manipulada ou médias estatísticas, consensos numéricos sem argumentação e sem complexidade.
CALLIGARIS, C. Elogio das eleições. Folha de S. Paulo, São Paulo, 30 set. 2004, p. E8.

TEXTO 2

Qualquer estagiário de publicidade sabe que não se deve conjugar os verbos no plural. O certo é dizer: "compre", "veja", "experimente"; nunca "comprem", "vejam", "experimentem". Cada consumidor quer ser tratado como indivíduo, e não como rebanho. Teoricamente, os anúncios apelam para a liberdade de quem os lê: apresentam-se como um esforço de persuasão pessoal, e não de mobilização coletiva.
COELHO, M. Por que era tão moderno usar chapéu. Folha de S. Paulo, São Paulo, 8 jun. 2005, p. E10.



 (Ueg 2005)  Considerando a ideia de que a linguagem tem funções que dependem das intenções do autor em relação ao leitor e, ainda, a leitura atenta dos textos 1 e 2, analise as seguintes proposições:

I. O propósito predominante do Texto 1 é discutir conceitos culturais de forma direta e objetiva, o que caracteriza a função referencial da linguagem.
II. Predomina, no Texto 2, a função apelativa da linguagem, fato percebido no uso das palavras "consumidor", "anúncios" e "persuasão", termos típicos do gênero publicitário.
III. O Texto 2 utiliza a metalinguagem ao explicar que o uso de verbos na segunda pessoa do imperativo singular produz um forte efeito persuasivo no consumidor, pois o individualiza e o faz sentir-se único.
IV. Nos dois textos predomina a função emotiva porque ambos pretendem expressar sentimentos de insatisfação com a valorização da consciência crítica do indivíduo pela massa manipulada.

Marque a alternativa CORRETA:
a) Apenas a proposição I é verdadeira. 
b) Apenas a proposição II é verdadeira. 
c) Apenas a proposição III é verdadeira. 
d) Apenas as proposições II e III são verdadeiras. 
e) Apenas as proposições III e IV são verdadeiras. 


         6° trabalho
Ninguém aí do poder em Brasília manja de marxismo e semiologia. Fala-se na necessidade de eliminar a herança feagaceana (que, aliás, não é maldita, é sinistra), mas não da ruptura linguística com essa herança, ou seja, o PT reproduz a mesma linguagem feia e inestética do PSDB.
"Custo Brasil" é de matar!
A "flexibilização laboral" designa desemprego. Carteira de trabalho é luxo. Se a polícia der uma blitz e pedir carteira de trabalho, 40 por cento da população vai em cana.
A linguagem revela a ideologia e governa os homens. Prova é que nunca até hoje existiu político mudo. Ao contrário, político é falastrão, fala qualquer coisa, fala pelos cotovelos. Não é senão por isso que o enigmático ministro José Dirceu prestigia no Paraná o comediante Ratinho, cujo gogó midiático agrada aos ouvidos da plebe boçalizada que não frequentou os Cieps.
VASCONCELLOS, Gilberto F. O Richelieu do Ratinho e a herança linguística tucana. Caros Amigos. São Paulo: Casa Amarela, nº 61, jul. 2003, p. 17.



6. (Ufg 2004)  O modo predominante de organização discursiva do texto é
a) repetir para ilustrar. 
b) argumentar para convencer. 
c) descrever para definir. 
d) narrar para emocionar. 
e) expor para informar. 

         7° trabalho
            No último mês de abril, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou oito projetos na área de segurança pública, dentre os quais o que prevê o monitoramento eletrônico, com pulseira ou tornozeleira, de presos em regime semi-aberto, aberto, em liberdade condicional ou que usufruam de saídas temporárias (como no Natal), além de prever a substituição da prisão preventiva pela "liberdade" monitorada eletronicamente. Sobre esse assunto, será apresentado a seguir um tema que você deverá desenvolver em uma das três propostas de construção textual dadas nesta prova: dissertação, narração ou carta argumentativa. Para ajudá-lo nessa tarefa, cada proposta está acompanhada de textos por meio dos quais será avaliada a sua capacidade de leitura e de tratamento das informações e ideias apresentadas.

TEMA

Monitoramento eletrônico de presos: desrespeito aos direitos humanos ou qualificação do sistema carcerário?


7. (Ueg 2008)                

TEXTO 1

            Com o objetivo de diminuir a superlotação nas penitenciárias brasileiras, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania aprovou em 25/04/2007 projeto de lei de autoria do senador Aloízio Mercadante que introduz na legislação penal brasileira o monitoramento eletrônico dos condenados e dos presos provisórios em liberdade, por meio de pulseiras. A medida permitirá que muitos dos cerca de 170 mil cidadãos que hoje se encontram presos provisoriamente e que não podem ser liberados por não possuírem endereço fixo aguardem o julgamento em liberdade. De acordo com o projeto, caberá ao juiz, ouvido o preso, utilizar o monitoramento eletrônico para garantir as condições impostas ao condenado em relação ao livramento condicional e à progressão para os regimes semi-aberto e aberto. O autor lembrou que a medida cautelar da liberdade vigiada não pode ser aplicada nos casos de crimes hediondos ou seus assemelhados e naqueles que tenham sido cometidos com violência ou grave ameaça.
            BERNARDO, Cláudio. "Monitoramento eletrônico de presos". Disponível em: <http://www.senado.gov.br/agencia/verNoticia.aspex?codNoticia=62852&codAplicativo=2> Acesso em: 2 maio 2007. [Adaptado].

TEXTO 2

            A possível adoção no país do sistema de monitoramento eletrônico de presos foi recebida com cautela pelo Ministro da Justiça Tarso Genro. "Isso precisa ser muito bem regulado, na minha opinião, no momento em que for aprovado e sancionado pelo Presidente da República, exatamente para não proporcionar uma pena adicional a quem está cumprindo a pena". Para ele, a medida, durante a execução penal, pode ser uma "opção" do condenado. "Ele pode, num dado momento, escolher entre se manter num determinado tipo de regime de prisão ou optar por esse tipo de controle".
            PAIXÃO, Flaviane. "Tarso Genro reage com cautela". Disponível em: <http://www.otempo.com.br/impressao/?idMateria=87317 Acesso em: 2 maio 2007. [Adaptado].

TEXTO 3

            O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo, Luiz Flávio Borges D'Urso, defende o monitoramento eletrônico de presos por acreditar que ele traria três vantagens: "humanizaria a pena, evitaria o confinamento e os problemas dele decorrentes e manteria a responsabilidade do Estado diante de uma condenação de pequena monta ou prisão antes da condenação". Ele alegou ainda que esse monitoramento já é adotado em países como Inglaterra, Suécia e Estados Unidos com sucesso e baixa reincidência dos presos. Ademais, segundo D'Urso, o monitoramento eletrônico seria menos custoso do que manter o preso em unidades prisionais. "O custo do preso atualmente é de R$ 670,00 por mês (dados de 2006); o sistema teria valor estimado em R$ 700,00 por mês, sendo que toda tecnologia, ao se disseminar, fica mais barata", avaliou.
            BIG BROTHER PENAL; monitoramento eletrônico de presos causa divergências. "Revista Eletrônica Consultor Jurídico". Disponível em: <http://conjur.estadao.com.br/static/text/55059,1> Acesso em: 2 maio 2007. [Adaptado].



TEXTO 4

            O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, criticou duramente a proposta de monitoramento eletrônico de presos - principalmente aqueles em regime aberto ou de liberdade condicional. "Hoje é uma pulseira eletrônica, amanhã um chip, depois se estende para as crianças, para os adolescentes e, por fim, passaremos a viver num lugar Big Brother, com todo mundo sendo vigiado pelo Grande Irmão onipotente e onipresente", sustenta Britto. Para ele, o sistema da pulseira eletrônica representa um agravamento além da pena; atenta também contra a ressocialização que se deve buscar para todos os presos, visando sua reintegração à sociedade. No sistema prisional, a reeducação é importante; não se pode reeducar com diferença. Na opinião de Cezar Britto, o monitoramento eletrônico fere também os princípios da intimidade e da privacidade e, ainda, contraria o direito constitucional de ir-e-vir das pessoas, mesmo que sejam condenados cumprindo pena em regime aberto ou em liberdade condicional.
            MONITORAMENTO ELETRÔNICO DE PRESOS ATENTA CONTRA RESSOCIALIZAÇÃO. Disponível em: <http://www.oab-rj.org.br/imprimir.asp?cc=24&id=1940> Acesso em: 2 maio 2007. [Adaptado].

            Como você pode notar, os textos da coletânea apresentam argumentos favoráveis e desfavoráveis ao uso de pulseiras e tornozeleiras para monitorar presos. Certamente, como se trata de uma questão polêmica, você também tem uma opinião a dar sobre o assunto. Assim, com base na leitura da coletânea, redija um texto DISSERTATIVO no qual exponha suas ideias sobre o tema proposto, defendendo o projeto ou condenando-o.

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